No último dia 2, durante a exibição do programa Em Pauta, apresentado por Marcelo Cosme no canal GloboNews, a jornalista Eliane Cantanhêde fez um comentário sobre o número de igrejas no Brasil, o qual provocou a reação de alguns líderes evangélicos, como o pastor e escritor Renato Vargens.
Isso, porque, em tom preconceituoso, Cantanhêde deu a entender que o Estado deve regulamentar a abertura de igrejas no Brasil, neste caso, indo além das exigências simplificadas atualmente.
“É fácil alguém chegar lá, cria uma empresa que se chama igreja, põe um nome, cria uma conta bancária, não paga IPTU, não paga os impostos e ludibria a boa-fé”, disse a jornalista, se referindo aos evangélicos como “pessoas mais humildes” que possuem “menos informação”.
A jornalista continuou, insinuando que o governo deve regular o que seria ou não um produto da fé. No Brasil, vale ressaltar, a liberdade de crença, um direito constitucional, envolve a garantia de que qualquer pessoa pode acreditar no que bem entender, chamando isso ou não de crença/religião, desde que não exista conflito com a legislação vigente.
Cantanhêde, no entanto, sugere que o governo determine o que seria ou não “religioso”, “pessoal” ou “rentável”. Ou seja, se o Estado entender que determinada denominação não existe por causa da fé, mas sim por interesses econômicos, ela deve ser impedida de existir como instituição religiosa.
“É bonito as pessoas acreditarem, terem fé, acreditar nos dogmas, mas falta um pouquinho do Estado dar mais atenção a essa questão, porque chega num limite em que não é mais religioso, nem mais pessoal, é rentável e isso é triste. Deixar os cidadãos menos informados, que são mais vulneráveis, nas mãos de gente capaz de qualquer coisa”, completou a jornalista.
Pastor reage
Para o pastor Renato Vargens, a fala de Eliane Cantanhêde reflete uma postura de “ódio” de parte das mídias e jornalistas do Brasil aos evangélicos. O líder religioso acredita que, implicitamente, a jornalista sugeriu três coisas, sendo elas:
1. O fim do Estado Laico
2. O surgimento de um Estado que regularize a fé e a religião.
3. O surgimento de um Estado ateu.
“É inegável o fato de que cresce paulatinamente um ódio (que já não é mais velado) contra a fé evangélica. A mídia e seus jornalistas deixaram claro sua repulsa pela igreja, e agora, mais do que nunca resolveram ‘sair do armário’ mostrando publicamente que querem cercear a liberdade religiosa”, comentou Vargens.
Classificando como um verdadeiro “absurdo” a fala da jornalista da Globo, o pastor lembrou que sugestões dessa natureza partem de quem não reconhece a perseguição aos cristãos em países totalitários.