Síndrome do intestino irritável: nutricionista e gastroenterologista explicam o que é o distúrbio e o que se deve comer e fazer para aliviar os sintomas
No Big Brother Brasil 24, Yasmin Brunet revelou ter síndrome do intestino irritável (SII), um distúrbio gastrointestinal funcional (não há danos físicos no intestino) que causa cólicas, dor abdominal, inchaço, constipação ou diarreia. Durante uma conversa com Wanessa Camargo e MC Bin Laden, Yasmin disse que não poderia comer feijão, lentilha ou grão-de-bico.
Nutricionista e biomédica, Camila Monteiro explica que o mais recomendado é deixar as leguminosas, leite, alguns chás, alimentos açucarados, gordurosos, ricos em cafeína e a pimenta ficar fora da dieta de quem tem síndrome do intestino irritável. "Esses alimentos vão ajudar a inflamar o intestino e favorecer a síndrome", explica a especialista em alimentação.
A nutricionista ainda faz um alerta para o glúten - substância encontrada no trigo, cevada, malte e centeio. "Tem muitos casos em que o glúten faz essa inflamação e acaba piorando a situação. Glúten é uma proteína inflamatória."
As comidas ricas em oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis - chamadas de FODMAP - também merecem atenção especial. Camila recomenda retirá-los do dia a dia porque são carboidratos não digeridos pelo organismo. Alguns exemplos de FODMAP são feijão, lentilha, alcachofra, brócolis, adoçantes, melancia, maçã, pera, soja, beterraba, lichia, cogumelo, cereja e castanha-de-caju.
Já o consumo de alimentos ricos em fibras deve ser moderado e avaliado. "Como os sintomas podem alternar, tem gente que vai ser mais sensível e gente que vai ser mais resistente. Por exemplo, se a pessoa tem o sintoma de constipação, a gente libera, mas com cuidado para não vir uma diarreia", orienta a especialista.
Vale lembrar que a mudança na alimentação de quem tem SII varia de pessoa para pessoa, já que o que vai ser bom para um pode não ser bom para o outro. Portanto, procure sempre um médico e um nutricionista para ajudá-lo.
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O que fazer?
Para aliviar os incômodos, a nutricionista aconselha fracionar as refeições: "É muito melhor fazer várias refeições ao dia e mastigar bem os alimentos." Outro ponto de atenção é não deixar de beber água: "É importante se manter hidratado para evitar o ressecamento das fezes, por conta da constipação, e uma possível desidratação caso haja diarreia."
Outra dica é praticar atividade física para estimular os movimentos peristálticos, os movimentos do intestino.
Como diagnosticar a síndrome do intestino irritável?
Segundo o gastroenterologista Guilherme Berenhauser Leite, os fatores desencadeantes da síndrome do intestino irritável podem incluir estresse, certos alimentos ou alterações na flora intestinal.
Além do mais, a síndrome do intestino irritável afeta mais mulheres que homens, mas pode ocorrer em qualquer pessoa. "A razão pela qual a SII afeta mais mulheres do que homens não é completamente compreendida, mas vários fatores podem contribuir para essa disparidade, como fatores hormonais, sensibilidade visceral (maior percepção das sensações internas do corpo), resposta ao estresse emocional e outros tipos de estresse", esclarece o médico.
De acordo com o gastroenterologista, a síndrome do intestino irritável não tem cura. O tratamento deve focar no controle dos sintomas através de medicação, gerenciamento do estresse e mudanças na dieta:
"O diagnóstico da síndrome do intestino irritável é baseado nos sintomas e na exclusão de outras condições médicas. São necessários exames para descartar problemas mais sérios, como doenças inflamatórias intestinais. Além disso, são considerados critérios diagnósticos, como os critérios de Roma, que incluem a presença de dor abdominal relacionada ao padrão de evacuação. Os critérios de Roma são utilizados para auxiliar no diagnóstico de vários distúrbios gastrointestinais, incluindo a SII. No entanto, é importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um médico, que considerará também a exclusão de outras doenças."