A doença já registrou 920.424 casos apenas no ano de 2024
Em meio a epidemia de dengue que atinge o Brasil em 2024, a população busca meios de combate à doença que já registrou 920.424 casos prováveis neste ano. Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, até esta terça-feira (27), foram registradas 184 mortes, além de 609 óbitos que ainda estão sendo investigados. E, como método de prevenção ao Aedes aegypti, ações como o cultivo plantas podem ajudar no combate ao mosquito responsável pela transmissão da doença viral.
O plantio da crotalária pode ser uma opção de combate à dengue. Isto ocorre porque a planta é considerada um dos principais repelentes naturais, e pode ser cultivada em casa. A citronela cresce cerca de 50 metros e cria uma barreira natural contra o transmissor. Além da prevenção à dengue, a crotalária pode ser usada no combate à malária, febre amarela, Zika vírus, Chikungunya e leishmaniose. É importante lembrar que o Zika vírus e a Chikungunya também são transmitidos através do Aedes aegypti.
Outra opção natural é a citronela. Trata-se de uma erva perene e aromática, que pode ser (e é popularmente conhecida por isto) como um poderoso repelente natural. Além de afastar pernilongos, a citronela ainda é eficiente contra larvas do mosquito Aedes aegypti e apresenta ação antimicrobiana e acaricida, aliviando alergias respiratórias.
Resumidamente, a crotalária é um vegetal leguminoso, e apresenta um crescimento inicial rápido, com um efeito alelopático – efeito de uma planta sobre outra por intermédio da produção de compostos químicos que são liberados no meio ambiente. Enquanto isso, a citronela possui efeito repelente, sendo também aromatizadora, bactericida e calmante.
Lei Municipal 7.215, de 26/08/2014, em Petrópolis
De acordo com uma Lei, sancionada em 26/08/2014 pelo então prefeito Rubens Bomtempo, diz que “fica instituída, no município de Petrópolis, a campanha de incentivo ao cultivo das plantas citronela e crotalária, como método natural de combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, mediante divulgação sobre os benefícios do cultivo e manipulação das plantas nas residências, comércios, indústrias e terrenos baldios”.
Petrópolis tem 280 casos de dengue confirmados em 2024
A cidade de Petrópolis, localizada na Região Serrana do Rio, desde o dia 1º de janeiro ao dia 23 de fevereiro deste ano, registrou 280 casos de dengue confirmados pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). Os dados foram atualizados pela última vez, na última sexta-feira (23), e confirmados pela Prefeitura de Petrópolis nesta terça-feira (27).
Combate
Como medidas de prevenção à dengue, a Prefeitura de Petrópolis informou que vem intensificando, junto à Secretaria de Saúde, as ações de combate à doença transmitida através do Aedes aegypti. Ao longo do mês de janeiro, as equipes de combate às endemias realizaram mais de 47 mil visitas domiciliares, fazendo a vistoria, aplicando larvicida e orientando a população em relação aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito.
Na segunda semana de janeiro, foi realizado o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que apresentou um índice de infestação de 0,78%. Foram realizadas 7.965 visitas domiciliares, e foram detectados em 59 imóveis a presença do Aedes aegypti.
De acordo com a prefeitura, outras secretarias de governo como a Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep), a Secretaria de Educação e a Defesa Civil também já estão atuando no combate à dengue no município.
Sinais e sintomas
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. A quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.
Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações - dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno. No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
Dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Hipotensão postural e/ou lipotímia;
Letargia e/ou irritabilidade;
Aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
Sangramento de mucosa;
Aumento progressivo do hematócrito.
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas > 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
Transmissão
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao homem principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. Transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue são raros.
Prevenção
É importante entender que ao adotar medidas de controle ao vetor após a introdução de um ou mais sorotipos novos do vírus da dengue, a possibilidade de se interromper a transmissão é reduzida, uma vez que há elevada densidade vetorial. Além disso, o tempo que decorre até a redução das populações de Aedes aegypti é muito maior que a velocidade de circulação viral, pois nessas circunstâncias a população sob risco é de suscetíveis. Quando a epidemia se instala, esta segue seu curso e as ações de controle vetorial mostram pouca ou nenhuma efetividade. Muitas das vezes, a redução do número de pessoas que adoecem ocorre "naturalmente", mais em função da imunidade de grupo que vai se estabelecendo do que pelos resultados obtidos com as ações de controle estabelecidas.
Portanto, em períodos fora da sazonalidade da doença é que ações preventivas devem ser adotadas. É o momento ideal para manutenção de medidas que visem impedir epidemias futuras. Nesse sentido, além das ações realizada pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte:
Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
Vedação dos reservatórios e caixas de água;
Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
Participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Tratamento
O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
Repouso;
Ingestão de líquidos;
Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica
Fonte: Ministério da Saúde