A polêmica nota técnica do governo federal a respeito da possibilidade do aborto previsto em lei, no Brasil, ser realizado até os 9 meses de gestação, gerou profunda indignação e acabou fazendo o Ministério da Saúde recuar, suspendendo o documento. Mas, para o pastor Tassos Lycurgo, tal recuso “já estava no plano”.
Isso, porque, o pastor acredita que a divulgação da Nota Técnica Conjunta Nº 2/2024-SAPS/SAES/MS teria sido proposital, com a intenção de criar um clima de indignação visando a posterior manipulação do tema.
“As pessoas têm celebrado a recuada do Governo quanto à Nota Técnica do Aborto emitida pelo Ministério da Saúde. Não notam, contudo, que a recuada já estava no plano”, afirma Lycurgo, que além de teólogo, também é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
“É que a NT, de tão absurda, não foi feita para prosperar, mas sim para fazer o papel do ato exorbitante recusado pela sociedade que abrirá caminho de aceitação para um ato menos gravoso, mesmo que ainda perverso”, explica o pastor.
Segundo Lycurgo, a divulgação de algo absurdo, como a possível morte de bebês intrauterinos sem o uso de anestesia, e em qualquer fase da gestação, pode ser parte de uma técnica de manipulação das massas, onde o objetivo seria iniciar um debate que possa ser, no futuro, manipulado.
A intenção, em tese, seria poder oferecer alternativas menos “gravosas”, a fim de acomodar o entendimento público diante do choque já recebido anteriormente. Dessa forma, ele conclui:
“Estabeleceu-se um referencial demoníaco (por exemplo, assassinato intrauterino sem anestesia no dia em que se daria o parto), em relação ao qual todo ato perverso, por ser menos gravoso, aparentará quase angelical”.
Para detalhar seus argumentos, Tassos Lycurgo gravou um vídeo comentando outros aspectos da nota técnica sobre o aborto.