Sob efeito de La Niña, meses de junho e setembro poderão ser marcados por extremos climáticos
Com as altas temperaturas dos últimos dias, os brasileiros sonham com a chegada do inverno. Em 2024, a estação mais fria do ano começa 21 junho, às 17:51h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. Nesta data, também chamada de solstício de inverno, ocorre o dia mais curto do ano.
O fenômeno acontece devido à posição da terra em relação ao sol. Sua inclinação não permite que os raios solares sejam distribuídos igualmente para os dois hemisférios. Em junho, este evento marca o início do inverno no Sul e o verão no Norte.
A estação se mantém ativa até o fim de setembro. No dia 22, às 09:44h, o inverno se despede para dar início à primavera.
Como será o clima no inverno em 2024
De acordo com Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo, o inverno deste ano será marcado por frentes frias mais acentuadas por influência do resfriamento do oceano Pacífico equatorial ocasionado pelo fenômeno climático La Niña.
“Ainda teremos um final de verão e outono mais quentes que o normal, pois a atmosfera segue aquecida pelo El Niño, mas a tendência é que ele perca força para entrarmos em uma fase de neutralidade climática”, esclarece a meteorologista.
Segundo o último relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), há 65% de chance do fenômeno retornar até agosto desde ano. Se as previsões se confirmarem, o inverno de 2024 e parte de primavera podem ser marcados por dias mais frios e secos, principalmente no Sul do país, e chuva no Norte e Nordeste.
Desirée Brandt, Meteorologista Sócia Executiva da Nottus, diz que o inverno de 2024 não será rigoroso. Porém, as movimentações das massas de ar polar, que serão influenciadas pela neutralidade do início da estação, podem indicar um risco, principalmente para a agricultura.
“A frequência não é tão alta nesta fase, mas faz com que o centro dessas áreas de alta pressão avancem pelo continente. Isso é perigoso, porque oferece maior potencial para queda acentuada da temperatura e formação de geadas”, afirma Brandt.
O fim do El Niño não significa fim dos extremos climáticos que marcaram os últimos meses. De acordo com a metereologista Estael Sias, do Met Sul, é possível que os meses de agosto e setembro sejam marcados por episódios de chuva extrema, vendaval, geada e neve.
Mesmo com o resfriamento dos oceanos, as altas temperaturas ainda deverão predominar. “O ano será muito quente, com temperatura acima da média no Brasil, especialmente no Centro-Oeste e no Sudeste”, finaliza a MetSul, que levanta a possibilidade de 2024 quebrar o recorde anterior, se tornando o ano mais quente da história.
publicação: globorural