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domingo, 12 de maio de 2024

Entre o amor e os desafios: a jornada de uma mãe atípica com uma criança autista

Entre o amor e os desafios: a jornada de uma mãe atípica com uma criança autista

 





















O Imirante.com conta a história de vida de Raynara Busson, de 21 anos, e de sua filha, a pequena Sofia Busson, de 5 anos.


SÃO LUÍS  - Uma história não só de amor e dedicação, mas também de desafios enfrentados durante sua jornada de criação. Conheça a história de Raynara Busson, uma mãe atípica de uma criança autista, e sua trajetória em cuidar da saúde mental enquanto enfrenta os desafios únicos do autismo.


Aos 21 anos, Raynara, que reside em São Luís e é estudante de enfermagem, é mãe da pequena Sofia Busson, uma menina de 5 anos diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 3 anos de idade. Desde então, ela tem sido uma fonte constante de amor e apoio para sua filha, mas também tem enfrentado grandes desafios em relação à sua própria saúde mental. Em entrevista ao Imirante.com, a maranhense conta sua história e relembra os momentos difíceis. 


“É uma jornada extremamente difícil e complicada, principalmente pelo fato de passar a gestação inteira imaginando o nosso filho, imaginando como vai ser o Dia das Mães, as apresentações na escola e quando a gente se deparada com o autismo é um tapa na nossa cara dizendo que não vai ser do jeito pensamos."


Apesar de muito nova, a Raynara precisou criar forças por ela e por sua filha, que requer um cuidado e uma atenção extra, para se adaptar com a rotina de uma criança com TEA. 


“A rotina por si só é difícil, é uma rotina pesada, onde não é só ir para a escola, é escola, terapia e o trabalho árduo dentro de casa. Quando vamos sair, é preciso imaginar se vale a pena mesmo desequilibrar a criança, não podemos dizer ‘ah é só um aniversário’, por exemplo, temos que pensar se vai comer muito doce e que talvez não durma bem à noite e que no dia seguinte pode ter crise por ter saído da rotina.”


Apesar de ser uma mãe exemplar, sinônimo de força e coragem, Raynara enfrenta todas as dores comuns às mães atípicas: o cansaço mental e físico ao bater na mesma tecla todos os dias, levar para terapia e para a escola, ouvir reclamações e principalmente ouvir que a criança teve um regresso. No entanto, sua maior dor foi a quebra de expectativas, pois desde a gestação sempre imaginou como seria a maternidade, as primeiras palavras e etc. 


Nesses 5 anos, mesmo sendo mãe, a estudante de enfermagem nunca conseguiu ir a nenhuma apresentação de Dia das Mães na escola da filha. “Ver aquilo e ver que ela não vai fazer igual a todas as outras crianças, ver que não vai acompanhar, ou até mesmo correr no meio e atrapalhar aquele momento tão especial, dói, dói muito!”. Esse era um dos momentos mais idealizados por Raynara durante a gestação, mas o medo da falta de compreensão da sociedade acaba fazendo com que ela se prive de viver esse momento para não ver a filha sendo julgada. 


“Esse momento tem um peso enorme, porque mesmo que eu já tenha aceitado como minha filha é e o jeito dela, eu sei que lá na frente, lá no palco, na frente de todos, é escrachado que a minha filha é diferente da turminha dela inteira”, diz a maranhense em lágrimas. 


Apesar de enfrentar inúmeros desafios, a maior fonte de força de Raynara é, sem dúvida, Sofia. Ser mãe de uma criança autista proporcionou a Raynara um grande amadurecimento, levando-a a compreender e se colocar mais no lugar do próximo, isso fez ela ter uma visão mais ampla da vida. Ela destaca que, após o diagnóstico, aprendeu a valorizar cada pequena conquista.


“A gente aprende a valorizar um simples momento, isso traz um grande aprendizado. É muito admiravél quando a criança progride. Quando isso acontece, estamos lá aplaudindo de perto, sempre torcendo e sendo o fã nº 1 do nosso filho.”


Não é só o falar, é ela aprendeu a falar! Não é só uma palma, uma dancinha, pular no pula-pula, não é só desfraldar, é uma grande conquista, é uma grande vitória, principalmente para quem está dentro de casa convivendo diariamente com ela. Cada pequena conquista dela é motivo de festa.

Raynara Busson


Aos 16 anos, Raynara iniciou sua jornada na maternidade, abrindo mão de muitas coisas para cuidar da pequena Sofia. O que mais impressiona as pessoas ao seu redor é sua dedicação inabalável, seu amor incondicional e sua força incomparável.


Ela é minha vida sem dúvidas, ela veio para me salvar e para aflorar tudo de bom em mim o nome dela foi decidido quando eu nem imaginava que ela iria realmente existir, Sofia significa sabedoria e é exatamente isso que ela faz na minha vida a cada dia ela me traz mais sabedoria mais maturidade e muita alegria

Raynara Busson

O Imirante.com também conversou com uma amiga da Raynara, Maryelle Arouche, que acompanhou a jovem durante uma parte de sua gestação e, agora, no crescimento de Sofia. Ela elogia a força da amiga e reforça a mãe incrível que a estudante de enfermagem é. 


“A Raynara possui uma grande força, não consigo imaginar da onde ela tira tudo isso, apesar de todos os seus problemas pessoais, da faculdade e do trabalho, ela é uma mãe incrível para a Sofia, mesmo com um dia super agitado ela tira forças do além, consegue consiliar tudo e tirar um bom tempo com sua filha, dando todo apoio e assistência.”


"Desde que chegou ao mundo, Sofia tem iluminado os dias de todos ao seu redor com seu jeito carinhoso, sua alegria contagiante e sua inteligência. A Raynara é uma entre muitas mães escolhidas a dedo por Deus para cuidar desses pequenos e frágeis anjinhos!"


Sobre Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)


O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), também conhecido como autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as habilidades físicas, motoras, de comunicação e de interação social. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 1% da população mundial pode ter autismo.


O diagnóstico de autismo deve ser realizado por médicos e pode ser feito ainda nos primeiros anos de vida da criança, por meio da avaliação dos sinais e sintomas, da observação da criança e entrevista com os pais ou cuidadores.



publicação: imirante

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