O comentarista esportivo da ESPN lutava contra um tumor cerebral desde junho de 2022
O jornalista esportivo Antero Greco morreu aos 69 anos, nesta quinta-feira, 16. Ele enfrentava um tumor cerebral desde junho de 2022 e estava internado no Hospital Beneficiência Portuguesa, em São Paulo.
No último dia 11, Paulo Soares, o Amigão, que foi parceiro de bancada do comentarista esportivo, confirmou que o seu estado de saúde era grave e que ele estava ‘“em seus dias finais”. Ele já estava sedado e se alimentava por meio de sonda.
O velório está marcado para ocorrer no Cemitério do Redentor, em São Paulo, às 12h desta quinta-feira. O sepultamento acontecerá às 16h.
Na última semana, Soares datalhou o estado do amigo. "Dorme um sono profundo, sereno. Não acorda e não fala mais. Se alimenta por sonda. Sinais vitais ainda respondem bem. [...] Família presente, apenas Cris, que vive em Paris, ainda não está. Chega na terça. Hoje fui com Alex Tseng, João Simões e Roberto Salim, me despedir dele. Muito triste e dificil", escreveu Amigão em uma postagem.
Antero, que fez sucesso no comando do SportsCenter, da ESPN, com o Amigão, havia diminuído a frequência no canal esportivo nos últimos tempos, e fazia seus comentários de casa, devido ao tumor que o impedia de voltar aos estúdios.
Em setembro de 2022, pouco depois de ser diagnosticado com a doença, o comentarista chegou a passar mal ao vivo durante o programa. "Exames foram feitos e se constatou um corpo estranho aqui, na cuca. Fui internado em urgência e operado. Dois meses depois, fazendo exames de rotina, mostrou que sobrou 'um treco da gororoba', então deveria ser submetido a uma segunda operação, sem prazo definido", esclareceu à época.
Segundo Antero, na época, a condição passou de ‘médio’ para 'grave a gravíssimo'. Ele chegou a fazer radioterapia e quimioterapia.
A ESPN, do grupo Disney, lamentou a perda de Antero Grecco: "Com experiência na cobertura de diversas edições da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, Antero fez história na ESPN ao formar, com o Amigão Paulo Soares, uma das duplas mais icônicas da TV esportiva brasileira, na edição noturna do SportsCenter. A Disney se solidariza com toda a família e amigos do jornalista."
Trajetória
Antero é filho de imigrantes italianos e passou toda a sua vida no bairro Bom Retiro, em São Paulo. Ele iniciou sua carreira como revisor de anúncios em 1974, no Estadão, onde permaneceu 44 anos.
Em Esportes, foi repórter, chefe de reportagem, repórter especial, editor assistente, editor e colunista, cargo que ocupou até novembro de 2018, quando encerrou sua "parceria de vida" com a empresa, como escreveu quando deixou o jornal.
"Por mim, a ESPN terá de me aturar muito tempo ainda, da mesma forma que o Estadão, porque não largo o osso tão facilmente. Só quando ficar velhinho, desde que a gastrite e dores várias deixem. Assim como minha mulher carregará este fardo (leve, vai) por pelo menos mais uns 40 anos. Amém e obrigado", escreveu em uma de suas colunas em 2014.
O jornalista também teve passagem pelo Diário Popular, pelo extinto Popular da Tarde, além da Folha de S.Paulo e da Band, onde comentava o Campeonato Italiano. Sempre bem humorado e palmeirense de carteirinha, embora sua torcida pelo alviverde fosse discreta, Antero publicou sua última coluna no Estadão em 14 de novembro de 2018.
À época, ele citou o incômodo que teve por muito tempo quando associavam sua imagem ao Palmeiras. "O cara que me lê ou me ouve vai concordar ou discordar comigo porque o que eu falei não está correto ou está, não porque eu sou palmeirense, corintiano, são-paulino ou santista. [...] Da mesma forma, quero saber do repórter de economia se o que ele escreveu é embasado. Isso é o que importa, não misturar o gosto da gente", desabafou.
**Com informações do Estadão Conteúdo
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