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sexta-feira, 10 de maio de 2024

Policial militar é condenado e outros quatro são absolvidos em caso de estupro durante abordagem policial em Saquarema

Policial militar é condenado e outros quatro são absolvidos em caso de estupro durante abordagem policial em Saquarema

 
















Crime contra jovem de 18 anos ocorreu em abril de 2023 durante uma abordagem de agentes do Programa Estadual de Integração na Sergurança (Proeis) no distrito de Bacaxá.


SAQUAREMA – Em uma decisão que marca o desfecho de um caso de grande repercussão, a Justiça do Rio de Janeiro concluiu o julgamento de cinco policiais militares acusados de tortura e estupro de uma jovem de 18 anos em Saquarema. O crime ocorreu em abril do ano passado, durante uma abordagem realizada por agentes do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis).


O Cabo Gerson Jucá Quirino Rolim de Paula foi condenado por estupro, recebendo uma sentença de prisão em regime fechado por um período de seis anos, dez meses e quinze dias. Além da pena de reclusão, foi decretada a perda de sua função pública. Rolim de Paula, no entanto, foi absolvido da acusação de tortura.


Os outros quatro policiais envolvidos no caso, o sargento Diogo Vianna Lourenço, os cabos Alexsander Moreira de Simas e Sanclair Marinho Antunes Corecha, e o tenente Thiago dos Anjos, foram absolvidos das acusações de estupro e tortura.


Desde o início das investigações, os cinco policiais estavam afastados de suas funções. A Corregedoria da Polícia Militar iniciou um procedimento interno para apurar as condutas dos agentes envolvidos. Em nota, a corporação informou que os procedimentos internos relacionados aos policiais ainda estão em andamento e que as decisões judiciais orientarão as próximas etapas das apurações internas.


De acordo com o advogado da vítima, a jovem e uma amiga foram abordadas pelos policiais em um bar, após alguns rapazes fugirem do local deixando drogas para trás. As jovens foram então questionadas sobre a identidade dos rapazes e levadas até a viatura policial para prestar esclarecimentos.


Segundo o relato do advogado, os policiais se dirigiram inicialmente à Delegacia de Polícia de Saquarema, mas não desceram da viatura, prosseguindo em seguida para a Reserva de Vilatur, uma área isolada. No local, as jovens alegam que foram pressionadas a fornecer informações sobre os rapazes. Em determinado momento, um dos policiais teria se afastado com a jovem de 18 anos, levando-a para longe dos demais e, com uma faca, forçado-a a manter relações sexuais com ele por aproximadamente 20 minutos.


As jovens relataram ter ficado cerca de três horas sob a custódia dos policiais antes de serem liberadas próximo ao local inicial da abordagem. O tenente Thiago dos Anjos, embora não estivesse na viatura com os demais policiais, era responsável pela supervisão do Proeis na noite do ocorrido, mas não estava presente na sede.


Após o incidente, o tenente Thiago dos Anjos, que também atuava como comandante da companhia da Polícia Militar em Saquarema, foi afastado de seu cargo e transferido para funções administrativas no 25° BPM.


O caso destaca a importância da supervisão adequada e da aplicação rigorosa da justiça em situações que envolvem abuso de poder e violência por parte de agentes de segurança pública. A continuidade das investigações pela Corregedoria da Polícia Militar será fundamental para garantir transparência e justiça em relação ao ocorrido.


Relembre o caso


Os suspeitos são três agentes do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Eles foram denunciados por uma jovem, de 18 anos, que os acusam de estupro e agressão após uma abordagem em um bar na última quarta-feira (26) em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio.


Na denúncia, a vítima relata que estava com uma amiga, que também foi agredida, no momento em que foi abordada pelos agentes após dois homens suspeitos fugirem e deixarem no local uma quantidade de drogas. Elas teriam sido conduzidas ao DPO de Saquarema e depois levadas para um local deserto no bairro Vilatur, na mesma cidade.


Em seguida, os agentes teriam iniciado as agressões após perguntarem se elas conheciam os dois suspeitos do bar, que as vítimas alegaram não conhecer. Logo depois, uma delas foi estuprada por um dos PMs. Após o abuso, elas alegaram que foram deixadas no mesmo estabelecimento onde foram abordadas.


Segundo a Polícia Militar, a Coordenação do Programa Estadual de Integração na Segurança (CPROEIS) já instaurou um procedimento apuratório para investigar o episódio, assim como a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), diretamente subordinada à Corregedoria da Polícia Militar, que já está acompanhando o caso.


publicação: rlagosnoticias

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