Pessoas podem precisar de mais foco nestes momentos
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência aprovou um projeto que garante adaptações nas avaliações e mais tempo para alunos diagnosticados com dislexia, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros transtornos de aprendizagem. A proposta foi apresentada pela deputada Clarissa Tércio (PP-PE) e altera a Lei 14.254/21, que já prevê medidas de apoio a esses estudantes.
O Projeto de Lei 2471/24 amplia as possibilidades de suporte a alunos com necessidades especiais, garantindo, entre outras medidas, o aumento do tempo para a realização de provas e adaptações no formato das avaliações. A nova redação propõe que o acompanhamento desses alunos envolva a colaboração entre professores e profissionais de saúde, com foco em atender de maneira mais eficaz as necessidades específicas de cada estudante.
A proposta, segundo a deputada Clarissa Tércio, se baseia em dados que indicam um crescimento significativo nos casos de TDAH, além de observar os resultados positivos de ações similares em outros contextos, como no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), onde os alunos com TDAH já podem solicitar mais tempo para concluir a prova.
O próximo passo para que o projeto se torne lei será a análise das comissões de Educação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, que farão uma avaliação conclusiva da proposta. Para ser sancionada, a medida precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Entenda o que é o TDAH e como identificá-lo
O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno neurobiológico do desenvolvimento que afeta principalmente a atenção, o controle de impulsos e a capacidade de regular a atividade motora. Ele é comum na infância, mas pode persistir na vida adulta, embora os sintomas frequentemente mudem ao longo do tempo.
Sintomas principais do TDAH
Os sintomas podem variar entre indivíduos, mas geralmente se manifestam em três áreas principais:
1. Desatenção:
o Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades escolares ou no trabalho.
o Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou jogos.
o Parecer não ouvir quando se fala diretamente.
o Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas.
o Problemas em organizar tarefas e atividades.
o Evitar ou ter resistência a atividades que exigem esforço mental prolongado.
o Perder objetos com frequência (como materiais escolares, chaves, etc.).
o Facilmente distraído por estímulos externos.
o Esquecimento em atividades diárias.
2. Hiperatividade:
o Agitação excessiva, como mexer as mãos ou os pés quando sentado.
o Levantar-se em situações em que se espera ficar sentado.
o Correr ou escalar em situações inadequadas.
o Dificuldade em brincar ou se engajar em atividades silenciosas.
o Estar sempre "em movimento", como se estivesse sempre "ligado".
3. Impulsividade:
o Dificuldade em esperar a sua vez em atividades.
o Interrupção de conversas ou jogos de outras pessoas.
o Respostas precipitadas a perguntas ou solicitações, sem pensar nas consequências.
Como identificar o TDAH
A identificação do TDAH deve ser feita por um profissional qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. O diagnóstico envolve uma análise detalhada dos sintomas e seu impacto nas diversas áreas da vida da pessoa (como no ambiente escolar, social e familiar). Alguns critérios incluem:
• Duração: Os sintomas devem estar presentes há pelo menos 6 meses.
• Início precoce: Os sintomas geralmente aparecem antes dos 12 anos de idade.
• Presença em múltiplos contextos: Os sintomas precisam ser observados em diferentes ambientes (escola, casa, entre amigos, etc.).
• Impacto significativo: Os sintomas devem causar dificuldades em áreas importantes da vida, como desempenho escolar, trabalho, ou relacionamento social.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, com base na avaliação do comportamento e histórico de vida do indivíduo. Algumas ferramentas que podem ser usadas incluem:
• Entrevistas clínicas: Com pais, professores ou outras pessoas significativas, para obter uma visão completa do comportamento da pessoa.
• Questionários e escalas de avaliação: Ferramentas como o Conners' Rating Scales ou o Barkley’s ADHD Rating Scale ajudam a medir a intensidade dos sintomas.
• Observação direta: Em alguns casos, a observação direta do comportamento da pessoa pode ser necessária.
Tratamento do TDAH
Embora não tenha cura, o TDAH pode ser gerenciado com tratamento adequado. As abordagens incluem:
• Medicamentos: Psicoestimulantes como metilfenidato e anfetamina são os mais comuns, além de medicamentos não-estimulantes, como a atomoxetina.
• Terapias comportamentais: Técnicas de modificação de comportamento, treinamento de habilidades sociais e apoio psicoterapêutico.
• Ajustes educacionais: Apoio escolar, adaptações no ambiente de aprendizagem para melhorar a concentração e reduzir distrações.
O tratamento é personalizado de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades específicas de cada indivíduo. É fundamental o acompanhamento contínuo por profissionais especializados.
Saiba o que é a Dislexia
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a habilidade de ler e escrever com precisão e fluência. Embora a pessoa com dislexia tenha inteligência normal ou até acima da média, ela pode ter dificuldades significativas ao tentar decifrar palavras, entender textos e escrever corretamente.
A principal característica da dislexia é a dificuldade com o processamento fonológico, que é a capacidade de reconhecer e manipular sons da fala e associá-los às letras e palavras. Isso pode levar a dificuldades em várias áreas, como:
• Leitura: Troca de letras (como "b" por "d"), inversão de palavras (como "pato" por "tapo"), leitura mais lenta e dificuldade em compreender o que foi lido.
• Escrita: Dificuldade em escrever palavras corretamente, omitindo ou repetindo letras, ou escrevendo palavras de forma invertida.
• Ortografia: Problemas recorrentes com a ortografia correta das palavras.
• Memorização: Dificuldade em memorizar informações como a sequência de letras ou a correspondência entre sons e símbolos.
Causas
A dislexia tem uma base neurobiológica, o que significa que está relacionada a diferenças no funcionamento do cérebro. Não é causada por deficiência intelectual, falta de ensino ou problemas emocionais. É uma condição de origem genética, e pode ocorrer em pessoas de qualquer nível socioeconômico. Fatores hereditários são frequentemente observados, pois pode haver um histórico de dislexia na família.
Foto: Reprodução/IPECS
Fonte: Portalgiro
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